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ATIVIDADE DE CAMPO PARA AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE SÃO FRANCISCO DO PARAGUAÇU, SANTIAGO DO IGUAPE E ENGENHO DA PONTE

  • PROJETO DE PESQUISA
  • TEMA: Comunidades quilombolas: origem, resistência e protagonismo
  • PÚBLICO ALVO:  Estudantes das turmas de segundo ano matutino e vespertino e fluxo.
  • ÁREA DO CONHECIMENTO RESPONSÁVEL: Ciências Humanas
  • CONTEÚDOS RELACIONADOS A ATIVIDADES: Brasil Colônia (economia e sociedade), Resistência Escrava no Brasil, Comunidade Quilombola, Raça e Etnia, Território de Identidade do Recôncavo, Cultura Afro-brasileira.
  • SUGESTÃO DE DATAS PARA A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE:  23 e 25 de abril de 2024.
  • OBJETIVO GERAL

Refletir acerca das origens, formas de resistência, organização e protagonismo de comunidades quilombolas de São Francisco do Paraguaçu, Santiago do Iguape e Engenho da Ponte, localizadas no município de Cachoeira – Bahia.

  • JUSTIFICATIVA

A presente atividade justifica-se pela concepção de estudo relacionada a lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana em todas as escolas da educação básica do país. Em um primeiro momento pensar na perspectiva de resistência que os negros e negras construíram ao longo da história do Brasil. Existiram diversas formas de resistência, como a sabotagem, assassinato de senhores, organizações religiosas, revoltas, fugas, a capoeira, insubmissão as regras de trabalho e outras, porém, para muitos historiadores a principal forma de resistência ao trabalho escravizado foi o surgimento dos Quilombos, sendo a principal referência o Quilombo de Palmares, com sua principal liderança, Zumbi. Assim:

A sociedade e a economia do de Palmares representava uma ameaça ao governo colonial, afinal, nesse local a terra e o resultado do trabalho coletivo pertenciam a todos e não a alguns e ricos senhores de engenho. Além disso, no seu interior vivia-se e respirava-se liberdade, o que era inaceitável para a sociedade escravista da época (…) Zumbi tornou-se um símbolo vivo para as gerações futuras como exemplo de luta à liberdade. Por isso, o dia de sua morte, 20 de novembro de 1695, foi instituído o Dia Nacional da Consciência Negra (MUNANGA e GOMES, 2016, pp. 78-90).

Segundo Munanga e Gomes (2016), a palavra kilombo é originária da língua banto umbundo, falada pelo povo ovimbunto que se refere a um tipo de instituição militar conhecida na África Central. Também, a palavra quilombo refere-se a uma associação de homens aberta a todos, existindo muitas semelhanças entre os quilombos brasileiros e os africanos, semelhança que permanece no Brasil, mesmo com a abolição da escravidão em 1888, chegando aos dias atuais com a denominação de comunidades quilombolas, as quais podem ser denominadas como:

Grupos étnico-raciais que se definem por autoatribuição, com ancestralidade negra relacionada ao processo de resistência à opressão histórica e que compartilham trajetórias, laços de pertencimento e tradição cultural de valorização dos antepassados, baseadas em um histórico de identidade comum. Além disso, têm sua existência ligada ao território, que não diz respeito somente à propriedade e posse da terra, mas a todos os elementos que estão presentes em seus usos, costumes e tradições. As comunidades quilombolas são grupos culturalmente diferenciados, que ocupam territórios ancestrais e integram ecossistemas necessários à manutenção do seu modo de vida e história, permitindo a reprodução cultural, social, religiosa e econômica; além de possuírem formas próprias de organização social, trajetória histórica específica, conhecimentos, tecnologias, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição (LIBÓRIO, 2018, pp. 8-9).

Nesse sentido, a atividade em tela exerce um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem junto aos estudantes do Colégio Estadual Professor Edgard Santos (CEPES), ao passo que será realizado um estudo acerca de três comunidades quilombolas tradicionais do Recôncavo Baiano, ou seja, São Francisco do Paraguaçu, Santiago do Iguape e Engenho da Ponte, inseridas no contexto geográfico da bacia do Iguape, procurando entender as formas de organização social, econômica e cultural desses espaços, bem como compreender como essa organização possibilita condições de protagonismo das pessoas que habitam nesse território. Acerca da importância do estudo histórico dessas comunidade, a história Alaize dos Santos Conceição, menciona que:

A importância de lançar o olhar investigativo na atualidade traçando a trajetória histórica das comunidades do Vale do Iguape contribui para que haja a apropriação de instrumentos necessários a fim de compreender parte de uma história silenciada nos registros oficiais. Também nos lança o desafio de contextualizar para além de um cenário frio e sem sujeitos históricos. Refletir a partir da contemporaneidade nos ajuda a compreender como o espaço descrito em tempos anteriores foi palco de história das populações negras que desembocaram em demandas contempladas na Constituição Federal de 1988, sobretudo o reconhecimento de pertença e identificação com o lugar (CONCEIÇÃO, 2020, p. 54).

Nesse sentido, a atividade em foco configura-se como um relevante instrumento pedagógico, capaz de desenvolver entre os educandos uma visão crítica acerca das lutas e ressignificações culturais e sociais dos negros e negras no Brasil, com destaque para as comunidades quilombolas do vale do Iguape, propiciando a existência de novos olhares no que se referem a História e Cultura Afro-brasileira e Africana, atendendo ao que estabelece a lei 10.639/2003.

METODOLOGIA

A mencionada atividade seguirá uma concepção metodológica fundamentada a partir das concepções que interagem as ciência humanas com a perspectiva da Educação Quilombola, sustentada pela ótica de uma educação libertadora, dinâmica, pautada na diversidade e identidade cultural. Assim, a execução da atividade atenderá as seguintes etapas:

  • Realizar em sala de aula estudos acerca das origens dos Quilombos.
  • Dialogar com os estudantes estudos acerca da organização e protagonismo das comunidade quilombolas na Bahia.
  • Definir os procedimentos de estudo acerca das comunidade quilombolas que serão visitadas.
  • Dividir as turmas em equipes de no máximo 7 pessoas.
  • Recolher autorização dos responsáveis pelos alunos para a realização da atividade.
  • Recolher valor por cada estudante para almoço, guia e visitação a um convento, totalizando R$ 30,00 (trinta reais).
  • Realização da Atividade de Campo – 23 de abril (turmas do 2º AM a 2º CM) e 25 de abril (turmas do 2º DM, 2º AV, 2º BV e Fluxo).
  • Analisar as principais características dos espaços visitados durante a atividade.
  • Realização de uma exposição de fotos (em grupos de no máximo 7 estudantes).
  • Entrega de um relatório (em grupo de no máximo 7 pessoas) relacionado ao que foi estudado durante a atividade.
  • No relatório deve constar informações das comunidades quilombolas, como: origem, aspectos geográficos, organização social e econômica, características culturais, protagonismo de pessoas ou grupos, além de aspectos sociológicos e filosóficos presentes durante a pesquisa e outras.

 

  • AVALIAÇÃO

 

Será levado em consideração o interesse do(a) aluno(a) pela atividade, a partir de sua apresentação até a conclusão, sendo atribuída uma nota de 2,0 pontos no componente curricular de História e outros interessados em participarem da atividade, como forma avaliativa para a primeira unidade, salientado que essa atividade já faz parte do Projeto Consciência Negra 2023 (Edital Makota Valdina).

  • CRONOGRAMA
Atividade Data Responsáveis
Apresentação da atividade para a direção, coordenação pedagógica, professores e os alunos.  18 a 27/03/2024 Área de Humanas
Realização de estudos com as turmas acerca das temáticas da atividade. 25/03 a 12/04/ 2024 Área de Humanas
Divisão dos grupos para a realização da atividade. 01 a 05/04/2024 Disciplinas envolvidas
Entrega e recolhimento de autorização para a viagem. 08 a 12/04/2024 Professor Borges e professora Alaíze
Recolhimento de contribuição para almoço, guia e visita ao convento. 15 a 19/04/2024 Professor Borges e professora Alaíze
Realização da viagem 23 e 25/04/2024 Professor Borges e professora Alaíze e demais professores da área de Humanas.
Comentário, entrega de relatório e exposição de fotos sobre a atividade, 29/04 a 10/05/2024 Todos(as) os professores (as) envolvidos(as)

11- ROTEIRO

Local Horário
1 Saída do CEPES 7h
2 Chegada em São Francisco do Paraguaçu 9h
3 Visita à comunidade quilombola São Francisco do Paraguaçu e apreciação guiada das ruínas do Convento de São Francisco. 9h às 10h30
4 Visita à comunidade quilombola Santiago do Iguape 11h às 12h30
5 Almoço na comunidade quilombola do Engenho da Ponte. 13h
6 Roda de conversa com a liderança da comunidade – Maria Abade (quilombola e historiadora) 14h
7 Retorno para Governador Mangabeira 15h.
8 Chegada em Governador Mangabeira 16h30

12- REFERÊNCIAS

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. Et al. Multiversos. Ciência Humanas – Ensino Médio. Volumes 1 a 6. São Paulo: FTD, 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília: MEC / SECAD, 2010.

CONCEIÇÃO, Alaize dos Santos. “VAI BUSCAR NO MATO O QUE VOCÊ ENJEITOU!”: PRÁTICAS RELIGIOSAS E DEVOÇÕES NEGRAS NO VALE DO IGUAPE – RECÔNCAVO SUL DA BAHIA (c. 1920 – c. 1980). Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: UNIRIO, 2020.

LIBÓRIO, Andreia Regina Silva Cabral, et al. Educação Escolar Quilombola. São Paulo: NUPAUB/USP, 2018.

MUNANGA, Kabengele e GOMES, Nilma Lino. O Negro no Brasil de Hoje. São Paulo: Global, 2016.

 

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